Autoconfiança: a importância nos relacionamentos amorosos. - Estela Psicóloga

Especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva (USP-HU)

Especialista em Terapia de Casal e Família (Teoria Junguiana)

Especialista em Teoria Junguiana (Instituto Sedes Sapientiae - SP

Mestre Pela PUC-SP

Especialista em Constelações Familiares e Soluções Sistemicas (Instituto KOZINER - SP)
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Psico. Estela - Psicóloga Clínica - Mestre/PUC-SP
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Autoconfiança: a importância nos relacionamentos amorosos.


Autoconfiança: a importância nos relacionamentos amorosos.
Entrevista concedida pela psicóloga Estela Noronha, para a jornalista da agência de conteúdo “Cucas Conteúdo Inteligente” sobre o tema: “a importância da autoconfiança nos relacionamentos amorosos”, material esse que serviu de base para o portal UOL. (http://www.uol. com.br) desenvolver um “QUIZ”, na subseção UOL Mulher/relacionamento.

Título do conteúdo apresentado pelo portal: “Você confia no seu taco”?

Autoconfiança
Perguntas:

- Em relacionamentos, fala-se muito que é preciso “confiar no próprio taco”. Gostaria de saber, qual a real importância da autoconfiança em relacionamentos amorosos?
Estela: a autoconfiança não é importante apenas em relacionamentos amorosos, mas ela é fundamental em quaisquer relacionamentos sociais que a pessoa venha a estabelecer. Ela é o “termômetro” da sua autoimagem, entenda-se, do autoconhecimento, do auto respeito e da auto aceitação. A autoconfiança numa relação amorosa é importante porque capacita o indivíduo para lidar com questões tanto emocionais, quanto práticas à medida que elas surgem na relação a dois. O autoconfiante tende a ter flexibilidade nos diálogos e negociações, firmeza de sua postura quando necessária, capacidade de transformação e criatividade para pensar em alternativas quando diante de um algum problema.

Não devemos esquecer que segundo a teoria analítica junguiana, os tipos psicológicos influenciam substancialmente na composição do relacionamento amoroso. Por exemplo, se você se relaciona com alguém que tem como função superior o pensamento e, você tem como a função superior o sentimento, um constelará no outro o aspecto sombrio de sua personalidade. (A teoria junguiana ensina que os aspectos sombrios são aqueles poucos conhecidos da consciência, e são alimentados tanto pelas formas negativas quanto positivas do ser). Desta forma, representarão respectivamente sua função inferior, ou seja, aqueles aspectos em nós pouco desenvolvidos ou reconhecidos. Em outras palavras, o seu parceiro trará para o mundo qualidades a serem desenvolvidas por você, que no encontro amoroso pode ser uma qualidade encantadora num primeiro momento, mas que com a convivência, pode tornar-se o maior alvo de suas críticas. Nesse momento, a autoconfiança é fundamental para o estabelecimento do diálogo entre o casal.

Será o caminho para que possam entender o que está a ocorrer.

- Como reconhecer uma pessoa autoconfiante? Como ela age em relação ao outro? Como ela age diante de um conflito com o par? Ou ainda, numa fase de conquista?
Estela: duas dicas básicas dentre as várias posturas corporais que a pessoa pode notar: o autoconfiante olha nos olhos ao falar com seu interlocutor de forma natural e tranquila. Diferente daquele que olhar fixo, estático e quase bravo da pessoa que quer aparentar segurança ou intimidar. O autoconfiante não grita para se fazer ouvir, seja numa briga ou numa reunião com os amigos.

É socialmente competente: possui habilidades sociais. Diante de um conflito ele sabe ser assertivo: escuta, coloca-se e negocia. É resiliente, ou seja, é capaz de enfrentar e superar adversidade. Uma pessoa autoconfiante possui senso de controle sobre a sua própria vida e assume para si mesmo, o crédito pelas coisas boas que conseguiu. Numa fase de conquista, é claro, vai mostrar o seu melhor, mas sem querer parecer perfeito. Em outras palavras, suas imperfeições não serão maiores que suas qualidades. Mas, você conhece alguém que contenha 100% desses atributos desenvolvidos? Impossível... porque isso é um ideal a ser perseguido, mas jamais alcançados, pois sairíamos das possibilidades humanas.

- Qual é o equilíbrio entre autoconfiança e arrogância quando falamos de relacionamento amoroso? Quais os sinais de que esse limite foi ultrapassado?
Estela: essa linha é tênue e precisa ser sempre observada, questionada e revista. Os valores mudam, as pessoas mudam, portanto, os relacionamentos também mudam ao longo do tempo. Uma boa dica: pergunte-se, se realmente você escuta o outro. Você se sente escutado (a)? Parece bobagem, mas não é. Escutar é muito diferente de ouvir. Escutar está próximo do significado de prestar atenção ao ouvir, dar atenção ao outro, sentir, perceber e tornar-se atento. Já o ouvir simplesmente está mais relacionado ao sentido da audição. Quando você escuta aquela expressão “entrou num ouvido e saiu pelo outro”, quer dizer que: eu ouvi, mas não escutei. O ouvir é mais superficial do que o escutar.

No relacionamento amoroso, a arrogância pode manifestar-se através de um “ouvido surdo”. É quando o parceiro (a) ignora as necessidades ou clamores daquele com quem se relaciona. E, o seu ponto de vista torna-se o mais correto, o mais lógico, o mais “cheio de razões. ” A teimosia é o seu maior argumento. Esse é um exemplo, das várias formas que a arrogância pode ter.

- Confiar demais em si mesmo pode ser ruim para relacionamentos amorosos? Por que?  O que significa confiar demais? Como age uma pessoa com esse grau de autoconfiança?
Estela: não, desde que confiar demais em si mesmo não seja quase um sinônimo para uma personalidade narcísica, autocentrada e teimosa. No entanto, se o seu significado for fronteiriço aos conceitos de assertividade e de boa estima, confiar em si pode ser bom para um relacionamento amoroso.

Confiar demais, ter a autoconfiança em altíssima pode levar o indivíduo a cometer excessos de toda ordem, leva o indivíduo ao descuido e ao desleixo em relação ao outro. Mais do que uma inflação do ego, pode na verdade, ser uma grande insegurança, escondida por detrás de uma persona rigidamente fixa.

Persona, comumente falando, é o papel social ou personagem vivido por um ator. É uma palavra italiana derivada do Latim para um tipo de máscara feita para ressoar com a voz do ator. Permite aos ouvintes que fossem bem ouvidas suas falas e também dá a esse ator a aparência que o papel exige. Do ponto de vista da psicologia junguiana, a persona é o papel social que interpretamos e pelo qual desejamos ser vistos.

Necessitamos ser aceitos, pertencer a grupos e nos adaptar as situações dependendo da circunstância que vivemos. Nós agimos e interagimos de maneira diferente em cada ambiente social, portanto precisamos usar personas adequadas para cada ocasião. Uma pessoa que vive o tempo todo, um único papel do “super-confiante” tem, no fundo, receio da aproximação do outro, pois teme o outro possam ver o que está por detrás da máscara e que ele tanto deseja esconder.

- Por outro lado, como reconhecer alguém que não confia nada em si mesmo? Como ela age em relação ao outro? Como ela age diante de um conflito com o par? Ou ainda, numa fase de conquista?
Estela: é um pessimista por natureza. Tudo na sua vida é mais difícil e complicado do que o necessário. Desculpas para não relacionar com o outro ou com o desconhecido sempre estão na ponta da língua.

Geralmente são pessoas rígidas, que vivem sob grande controle de auto regras e normas. Cobra de si e dos outros Valores e atitudes com igual rigor. Necessitam de controle, mas são indecisas. Diante de um conflito podem ser apelativas no argumento e serem refratárias a críticas. Conquistar não é o seu forte. “Precisa sentir que o outro está realmente na sua” ou “ prestes a pular no seu colo”. A pessoa que não confia nada em si precisa de muitos estímulos para uma possível abertura e aproximação. Definitivamente, habilidades sociais não é o seu forte.

- Por que essa falta de confiança em si é ruim? É ruim só para a pessoa ou para o par também? Por que?
Estela: porque em primeiríssimo lugar traz sofrimento e medo para quem sofre da falta de confiança. Imagine um grito sem voz. É assim que a pessoa se sente. No entanto, é importe entender, que ninguém é 100% confiante e que a insegurança faz parte da vida, portanto, é como qualquer manifestação humana. Mas o sofrimento e o medo num grau mais elevado pode levar o indivíduo a adoecer. A somatização desses sentimentos manifesta-se, por exemplo, através das fobias, em particular da fobia social, da ansiedade e da depressão.

É ruim para quem sente e também o é para com quem convive. Todos sofrem, e o relacionamento amoroso pode desgastar ou mesmo levar a exaustão. Nessa hora entra o amor, o companheirismo, o diálogo e a perseverança como grande aliado do casal.

- E de que maneira a pessoa cria essa autoconfiança? Qual conselho podemos dar?
Estela: a formação da autoconfiança vem “do berço”, isto é, da forma com que as pessoas são educadas e criadas. Desenvolver a boa autoconfiança da criança é uma das “molas mestras” das atitudes parentais e da escola na atualidade. Uma criação adequada que contenha amor, tolerância, regras e reforços positivos favorecem e muito no desenvolvimento da autoconfiança. O prognóstico são pessoas com boa capacidade de controlar seu comportamento, que esperam sucesso, têm tolerância a críticas, às frustrações e reconhecem seus pontos fortes e fracos. São socialmente competentes, possuem senso de autonomia e adoram aprender coisas novas. Sentem prazer na vida e em viver.

Mas, nem sempre é possível uma criação tão adequada. Nesses casos, essa habilidade é conquistada do autoconhecimento. Nunca é tarde para desenvolver as habilidades que não temos ou que pouco são exploradas por nós, tais como a assertividade e as habilidades sociais. Essas habilidades, tem o intuito de reforçar a autoconfiança, ou melhor, a autoestima. Caso seja difícil passar pelo processo sozinho, procure ajuda. Existem profissionais capacitados e especializados na travessia desse processo. Psicólogo é um deles.

- Existem pessoas que são autoconfiantes no amor só em algumas situações? Por que isso acontece? Em quais situações é mais fácil confiar no próprio taco? E em quais é mais difícil?
Estela: repondo a pergunta com uma simples indagação, pensando na expressão literária e mitológica “tendão de Aquiles”: quem não os tem? Bem-vindo ao mundo dos humanos...


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MSc. Estela Noronha
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