Culpa: a dinâmica do sentimento.
Culpa: você é culpado? Entenda porquê!
O título desde artigo tem como objetivo, chamar a sua atenção para esse sentimento desagradável e perturbador, que é muito recorrente e sempre percebido nas diferentes fazes da vida que qualquer humano.
A “culpa” é levada direta ou indiretamente, com frequência pelos meus clientes ao meu setting terapêutico. Ela é um dos pontos de fundantes a serem examinados tratados nos variados transtornos de ordem psicológica. Sim, sentimos sim muita culpa. Somos culpados. (A despeito de julgamentos formais por certos fóruns, ou seja, pela Justiça). Nos imputamos a culpa por todos os nossos sentimentos, sejam eles bons como: de paz, de alegria ou de felicidade, entre outros; ou ruins como: de revolta, de injustiça, de inconformidade, de desamor, etc... A questão que segue é: porque sentimos a culpa em sua forma mais cruel, de maneira tão ruim e frequente? Pela abordagem sóciopsicologica, podemos afirmar que a culpa é constituída e vivenciada por fatores socioambientais bem como através dos processos psicológicos. Esses processos, por vezes se mesclam ou se tangenciam, nublando ainda mais o entendimento sobre esses tipos de sentimentos.
Assim sendo, serão duas as formas que a culpa nos alcança:
- Formas de ordens sociais;
- Formas de ordens psicológicas.
Nas formas de ordens sociais temos (entre outras):
- Igrejas;
- Estado;
- Família.
Nas formas psicológicas aponto (entre outras):
- Religiões;
- O status social e de gênero;
- As relações: pessoais, interfamiliares ou intrafamiliares.
Não irei tecer maiores comentários sobre os sentimentos de culpa atribuídos pela religião, até porque cada um tem o direito de professar a sua fé pela religião que desejar e até mesmo não professar fé alguma. Porém, como um exemplo para ilustrar as minhas palavras, lembro que pelas religiões de orientação judaico-cristã, o indivíduo é culpado por ter nascido. Sem considerar o mérito da questão, o fato é que a “culpa” nos é atribuída, mesmo sem termos a menor consciência dela ou do mundo que nos cerca. Essa situação, ilustra a presença da culpa em nossas vidas de maneira inequívoca. A culpa pode “vir” de qualquer lugar, em qualquer instância de nossa experiência existencial porque ela está inserida na nossa cultura.
Pelo viés psicológico, a culpa aparece sob os mais diferentes aspectos: pela frustração, pelo sentimento de autocompaixão exacerbado, pela transferência de expectativas familiares não cumpridas ou submetidas, etc. As queixas no meu setting terapêutico sobre o “sinto-me mal, porque tenho a culpa de...”ou “porque sou culpado (a) de...”, são frequentes. Esse vocábulo sempre foi por mim escutado com grande incidência.
“Eu"...

- Não sou um bom pai/mãe;
- Não sou um bom filho/filha;
- Não sou um bom trabalhador/profissional;
- Não sou um bom patrão/empregado;
- Não sou um bom marido/esposa;
- Não sou um bom religioso/ateu;
- Não sou um bom atleta;
- Não sou heterossexual;
- Não sou uma boa pessoa;
- Não sei lidar com as minhas forças instintivas (comida, saúde e sexo);
- Não sei me controlar frente às minhas frustrações, etc.
...e sou culpado (ou “tenho culpa”), por isso! ”
Como vemos, são muitas as situações em que sentimento de culpa aparece. Desta forma, a pergunta que se segue é: qual é a dinâmica desse sentimento ou percepção, que quase sempre é enviesado, desconhecido, por vezes ausente de bases sólidas e traz em si um desconforto interno tão significativo? De onde ele se origina “dentro” das pessoas? Porque afinal, nos sentimos tão culpados?
Resposta: a culpa é uma resultante da raiva, que sua vez é acionada pela mágoa, que é geralmente fruto de uma ansiedade. Esse sentimento é desagradável por natureza. Ele poderá se transformar num sofrimento crônico e variar de intensidade, de pessoa para pessoa, conforme estão os seus valores e estágio de vida. Se a culpa não for tratada convenientemente, ela pode ser psicossomatizada transformando-se em doenças graves. Em maior ou menor grau, as consequências da culpa, se cristalizam (muitas vezes), em transtornos psicológicos e/ou psiquiátricos depressivos, dentre outros males.
A frequência dessa dinâmica ou evento é significativa nas narrativas que acolho em meu trabalho. Como tais e quase endêmicas, podem ser paralisantes, desencadeantes dos desprazeres em viver, estopim da improdutividade, do mal humor, do mal-estar sem explicações aparentes, da tristeza, do desânimo, da falta de perspectivas positivas e do desamor. Incapacita o sujeito de se ver, de se perceber corretamente (assim como o universo em que está inserido), em viver condignamente e amar. Entre outras características psicológicas, a culpa escraviza o indivíduo em um drama de consciência na forma de um circuito vicioso e muitas vezes sem fim, caso não procure por ajuda especializada. Além do mais, a culpa pode entrar em um espiral auto alimentante de processos psíquicos perniciosos. Diz o ditado popular: “Os culpados fogem até de quem não os persegue”.
Para entendermos melhor como é a culpa e qual é sua dinâmica, é interessante a examinarmos sob esquema gráfico para um melhor entendimento. Iremos claramente perceber, o aparecimento da culpabilidade em nossas consciências e suas possíveis nefastas consequências: basta seguir a ordem de apresentação numérica.

Nesta curta abordagem sobre um tema tão complexo, percebemos que o fenômeno “culpa” é por natureza muito extenso, e requer recursos especiais para o seu tratamento.
Esses recursos estão à disposição daqueles (as) que procuram pela psicoterapia. Este é o processo mais indicado e honesto pelo qual, você em conjunto com um profissional da área da psicologia irá sanar as inconveniências deste mau estado pessoal. O (a) psicólogo (a) o (a) conduzirá com segurança pelo processo inverso aos dos transtornos trazidos pelo sentimento de culpa, afastando-o (a) da doença ou minimizando as consequências dela. Esse profissional irá conduzi-lo (a) de forma honesta e imparcial ao conhecimento das causas que motivam o sofrimento gerado pela culpa. Juntos minimizaremos ou faremos cessar as consequências danosas em que você poderá se encontrar. Evitaremos num futuro não muito distante, o agravamento dessa situação que é um estado destruidor, paralisante e por vezes covardemente aniquilante.
Quer as causas sejam de ordens sociais, psicológicas ou ainda psicossociais. Porque não raramente elas são tangenciais ou estão interpoladas. A culpa, diz respeito ao indivíduo e sua dinâmica perceptiva dos valores e do seu entorno.
A filosofia também indica as consequências sadias da saída desse estado transtornante/culposo, quando ensina:
“É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela dançante. ”
Friedrich Nietzsche.
As suas dificuldades serão suavizadas pelo meu acolhimento e minha compreensão de suas aflições, sem juízo de valores pessoais ou sociais. Sua estrela dançante reluzirá novamente na constelação da sua alma, desta vez: sorridente! Este será o meu, o seu e o nosso objetivo.
Marque uma consulta, terei o maior prazer em ouví-lo (a) e esclarecer as dúvidas pertinentes ao seu processo de cura terapeutica.
Você pode achar interessante outras informações sobre:
MSc. Estela Noronha
Psicóloga Clínica
CRP: 06/52562-9