Qualidade de vida: envelhecer bem!
Qualidade de vida: envelhecer bem!
Entrevista concedida para a jornalista Jenifer Corrêa, do Portal Disney Babble sobre o tema: "Comportamento: segredos para não sentir o peso da idade e envelhecer bem." em 25 de agosto 2015.

Perguntas:
1. Qual o segredo para envelhecer bem? Pode dar algumas dicas voltadas para mulheres?
Estela: envelhecer bem é um envelhecimento ativo e produtivo que envolve boa saúde física e bons hábitos alimentares.
Geralmente que faz esporte também desenvolve bons hábitos alimentares e boa disposição. Otimizam as habilidades sociais para atuarem na interação com o outro e o meio. E não menos importante, possuem um equilíbrio emocional. Não vive de mágoas passadas e rancores guardados no coração. Os valores mudam e perdoar torna-se mais fácil para aqueles que entendem o valor da vida. Quem gosta de viver, envelhece feliz.
Há um poema de Cecília Meireles que diz: “Eu não dei por essa mudança, tão simples, tão certa, tão fácil: em que espelho ficou perdida a minha face?” Para a mulher envelhecer pode causar impacto na autoimagem e na autoestima diante da mudança corporal. Afinal a sociedade sempre valorizou a juventude principalmente a feminina impondo valores de beleza e eterno frescor. A vida, felizmente, é feita de ciclos. Vai-se embora a beleza física juvenil, para chegar a beleza da maturidade que agrega tantas sabedorias, tantos amores e tantos sabores. Coisas que a juventude, imberbe, não enxerga, não ouve e não valoriza, mas que experiência da maturidade pode entender. A beleza está nas pessoas que encontram um sentido para viver bem e com serenidade e principalmente aceitando que envelhecer é um fato inexorável do viver e não um castigo.
2. Pela sua experiência no Centro de Longevidade, que hábitos são cultivados por pessoas que estão envelhecendo bem? E quais são cultivados por aquelas que estão sentindo demais o peso da idade?
Estela: a adoção de estilos de vida mais saudáveis colaboram com um envelhecer ativo, alimentação, sono saudáveis, atividade física e etc.
Pela minha experiência clínica, os hábitos que são cultivados por pessoas que estão envelhecendo bem ou que sentem o peso da idade são proporcionais ao quanto ela se aplica em querer continuar a viver bem, ou seja, como ela faz uso adequado da saúde física e bons hábitos alimentares, das habilidades sociais e do cultivo do equilíbrio emocional. Quando essa tríade funciona a doença não é limitante, nem principal foco de atenção do indivíduo. Ele sente que tem muito o que viver, em vez de ficar esperando pela morte.
Por exemplo: uma pessoa hipertensa ou diabetes deve ter especial atenção com atenção da alimentação, caso contrário, poderá ter problemas de saúde que na terceira idade são mais difíceis de contornar. Assim como, a prática de atividades físicas condizentes com a necessidade de cada um é muito importante.
O corpo se não usado adequadamente atrofia. Portanto, fazer exercícios que ajudem no equilíbrio, na flexibilidade e na marcha, auxilia na estabilidade postural e são os mais recomentados. Além de ajudar em muito na disposição diária e no caminhar, minimiza fraturas provenientes de quedas. Exercícios também melhoram a memória, capacidade de concentração e os sintomas de uma possível depressão (tão comum na terceira idade).
O reflexo do conjunto dessas atitudes acaba por favorecer na organização mental, traz autonomia e independência. A pessoa sente disposta a fazer suas tarefas diárias e a praticar atividades sociais e culturais como viajar, dançar e arrumar grupos de mesmo interesse ou idade ou até mais novos para momentos de lazer e diversão. A troca de informação e interação entre geração é muito bacana e estimula a pessoa a querer sempre aprender. E querer aprender é querer viver, ainda mais e bem..
3. Por que tanta gente tem medo de envelhecer? Como lidar com isso?
Estela: as pessoas tem medo da morte, de não vivido tudo que gostariam, de ficar doentes e tornar-se incapacidade. Mas, principalmente, de ficarem esquecidos e encostados. Queixas como: fiquei invisível, ninguém olha para um velho ou não sou mais ouvida, minha opinião não tem mais valor, são frequentes entre os meus pacientes da terceira idade. Outro pavor comum a quase todas as pessoas que estão envelhecendo é a econômica da família, a retirada de sua casa e por fim a perda da identidade.
A pessoa que está envelhecendo muitas vezes preocupa-se em ir ao médico, tomar remédios e fazer exames, pois julga que está é a mais importante ou a única coisa que lhe resta fazer. Mas, não é. Porque nesses casos, vive-se a doença e fica a espera da morte. É necessário cuidar do corpo, mas não apenas com remédios, mas com atividades. É necessário manter a mente ocupada, não com doenças, mas com novas experiências. Aproveitar o que não pode fazer na juventude, mas que agora na aposentadoria é possível fazer.
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MSc. Estela Noronha
Psicóloga Clínica
CRP: 06/52562-9