Causas da Síndrome do Pensamento Acelerado e as "Janelas Killer": - Estela Psicóloga

Especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva (USP-HU)

Especialista em Terapia de Casal e Família (Teoria Junguiana)

Especialista em Teoria Junguiana (Instituto Sedes Sapientiae - SP

Mestre Pela PUC-SP

Especialista em Constelações Familiares e Soluções Sistemicas (Instituto KOZINER - SP)
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Psico. Estela - Psicóloga Clínica - Mestre/PUC-SP
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Causas da Síndrome do Pensamento Acelerado e as "Janelas Killer":


Construção e causas da Síndrome do Pensamento Acelerado e
as influências decisivas das "Janelas Killer".

O Eu (Ego) o gerenciador de nossa psique constrói pensamentos a partir do corpo de informações arquivados em nossa memória. Todas as ideias, a criatividade e a imaginação nascem do casamento entre um estímulo e a leitura da memória, que opera em milésimos de segundo. O Eu (Ego) não tem consciência dessa leitura e da organização dos dados em alta velocidade e que ocorre nos bastidores da mente, somente do produto final, ou seja, dos pensamentos já elaborados.
 
Cury descreve esse mecanismo esclarecendo que há três fenômenos que se apoderam do EU (Ego) e que contribuem para produzir ou controlar a Síndrome do Pensamento Acelerado, são eles:

  • O gatilho de memória ou auto checagem;
  • As janelas de memória killer ou traumáticas;
  • Auto fluxo.
SPA - Construção
O autor afirma que, apesar da liberdade que o EU (Ego) tem em acessar e utilizar informações para construir cadeias de pensamentos sob sua responsabilidade, há fenômenos inconscientes que constroem pensamentos e emoções sem sua autorização.

Na linguagem junguiana denominamos de estados ou pensamentos sombriamente negligenciados ou renegados, que habitam nosso inconsciente. Sejam eles a nossa sombra pessoal ou coletiva, (esta última, quando abordamos o conceito de “sombra” pelo viés social). São essas sombras que nos sabotam ou nos tornam prisioneiros de suas vontades. Cury chama de auto fluxo.

Sendo assim, o Eu (Ego) tem limitações quanto ao arquivamento da memória. O registro de tudo o que contatamos é automático e involuntário e é produzido por um fenômeno inconsciente chamado de Registro Automático da Memória (RAM). Neste lugar ficam arquivados o que o nosso Eu (Ego) odeia, despreza ou simplesmente não consegue abarcar.  Tudo que essa instancia detesta ou rejeita será registrado com maior poder, formando as janelas traumáticas ou janelas Killer. Para os junguianos denominamos de complexos autônomos ativados. É quando o EU (Ego) é incapaz de evitar o registro dos pensamentos perturbadores, dos estímulos estressantes e das atitudes impensadas.

O Gatilho de memória ou a auto checagem é o primeiro fenômeno que se apresenta na “dança dos fenômenos inconscientes” que constroem pensamentos. Sem o pacto do gatilho com as janelas de memória, não seríamos uma espécie pensante. Ele é acionado quando entramos em contato com cada estímulo extra psíquico (luz, sons, estímulos táteis, gustativos, olfativos), ou intrapsíquico (imagens mentais, pensamentos, fantasias, desejos, emoções), e inclusive com determinados estímulos orgânicos (substâncias metabólicas, déficit de dos neurotransmissores, drogas passivas). Atua em milésimo de segundos, sem que o nosso Eu (Ego) tenha consciência da sua operacionalidade. É ele quem abre as janelas de memória, ativando a interpretação imediata e a consciência instantânea. O gatilho de memória está ancorado em centenas de janelas que sustentam essa percepção imediata. Portanto, as primeiras impressões e interpretações dos milhares de estímulos que percebemos, ainda que se tornem conscientes, são patrocinados por fenômenos inconscientes. A ação do gatilho de memória é fenomenal. Ela checa os estímulos em bilhões de dados na base da memória com uma rapidez surpreendente.

Milhares de experiências fazem parte do nosso banco de dados da primeira infância, como rejeição, perdas, contrariedades e medos. Foram produzidas sem que pudéssemos controlá-las, filtrá-las ou rejeitá-las. Claro que hoje, como adulto, fazemos escolhas, tomamos atitudes, mas nossas escolhas também são pautadas pela base de dados que já adquirimos. Nossa liberdade não é totalmente plena. A construção de pensamentos não é unifocal, mas multifocal e não depende apenas da vontade consciente, ou seja, do Eu (Ego). Depende da mesma forma de fenômenos inconscientes. Sendo assim, somos de algum jeito prisioneiros do passado, das informações que processamos, das estruturas familiares e também da cultura que vivemos. Sendo assim, dependendo do gatilho de memória acionado, conteúdos aprisionadores podem surgir. Por exemplo: todas as fobias, como a fobia social, a claustrofobia, a acrofobia (medo de altura) e as obsessões. As dependências das drogas têm como protagonista o gatilho memórias e experiências ruins (pais excessivamente críticos, por exemplo) e que abre as chamadas janelas killer.

Quem tem claustrofobia, embora não conheça o pacto entre o gatilho e as janelas killer de memória, sabe como esse medo é cruel, ainda que, sem dúvida, possa ser superado.  Ao entrar no elevador, um aperto no peito, um movimento do aparelho ou uma sensação de falta de ar fazem com que o gatilho abra rapidamente janelas killer que traduzem que o elevador parará e ele poderá morrer. Essa mesma janela é portadora entre tantas outras coisas, do ciúme, timidez paralisante, da insegurança, do medo de falhar, a autocrítica exagerada, do sentimento de incapacidade, cujo volume de tensão pode bloquear milhares de outras janelas, impedindo do Eu (Ego) de acessar dados e dar respostas inteligentes. O volume de tensão decorrente dessa janela bloqueia o acesso a milhares de informações, obstrui sua lucidez e sua coerência, gerando a Síndrome do Circuito Fechado de Memória. Essa síndrome nos faz reagir instintivamente, como animais irracionais, e desse modo, leva-nos a ser vítimas de ataques de raiva, ciúmes, fobias, compulsões, necessidade neurótica de poder, de controle dos outros e de perfeição
SPA. Janela Killer
Janelas Killer:

Apesar do autor também discorrer sobre janelas neutras e janelas lights, é através do entendimento do que são as janelas Killer e como elas são evocadas que entenderemos melhor a SPA. Vale a pena darmos uma atenção especial a esse tópico.

As janelas Killer correspondem a todas as áreas da memória que têm conteúdo emocional angustiante, fóbico, tenso, depressivo, compulsivo. São as janelas traumáticas ou zonas de conflito, denominados pelos junguianos de complexos autônomos. Killer, em inglês significa “assassino”. Assim, como o próprio nome diz, são janelas que assassinam não o corpo, mas o acesso à leitura de inúmeras outras janelas de memória, dificultando ou bloqueando respostas inteligentes em situações estressantes.
SPA efeitos provocadores
Janelas killer são as que controlam, amordaçam, asfixiam a liderança do EU. Há vários subtipos de janelas killer, como as como as janelas do mau humor, ciúmes, raiva, pessimismo, impulsividade, alienação, fobias, excesso de autoconfiança e dependência.

Algumas janelas não são apenas traumáticas, são estruturais ou “duplo P” e sequestram o Eu do sujeito. Duplo P quer dizer duplo poder: poder de encarcerar o Eu e poder de expandir a própria janela ou a zona de conflito.

Em outras palavras, o “duplo P” tem o poder de adoecer o ser humano. As janelas killer duplo P são construídas a partir de estímulos intensamente estressantes, como traição, humilhação pública, ataques de pânico, falência financeira, etc.

Devemos nos mapear e perguntar quais são as janelas killer mais importantes que furtam nossa tranquilidade, nosso prazer de viver, nossa saúde emocional, nossa criatividade, nosso autocontrole. Devemos fazer incursões com coragem em nossa psique e indagar se temos janelas killer duplo P que amordaçam nosso Eu e asfixiam nossas habilidades emocionais e intelectuais. Todos devemos saber que não é possível “deletar” as janelas Killer, mas é possível reescrevê-las.
Quando o gatilho encontra tais janelas, uma janela fóbica por exemplo, por mais absurdo que seja o objeto fóbico (um beija-flor ou uma borboleta), o volume de tensão passa a ser tão grande que bloqueia o acesso a milhares de outras janelas, fazendo que o Eu seja prisioneiro dentro de si mesmo e incapaz de dar uma resposta lógica. Por isso, mesmo intelectuais, quando estão sob um ataque de pânico ou outra fobia, ficam irreconhecíveis, tem reações desproporcionais, incoerentes e ilógicas.


Principais causas da Síndrome do Pensamento Acelerado:


  • Excesso de informação;
  • Excesso de atividades;
  • Excesso de trabalho intelectual;
  • Excesso de preocupação;
  • Excesso de cobrança;
  • Excesso de uso de celulares;
  • Excesso de uso de computadores.


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