Síndrome do Pânico pela Abordagem Junguiana (tratamento e cura).
Síndrome do Pânico pela Abordagem Junguiana (tratamento e cura).
A tarefa do analista frente a uma crise de pânico consiste em primeiro lugar, em oferecer um continente e o amparo para a livre expressão das emoções, a fim de aliviar a pressão dos conteúdos inconscientes. Deve-tse auxiliar o paciente a se confrontar com estas imagens através da compreensão do seu significado profundo. Promover a integração da consciência de partes negadas ou reprimidas, sequencialmente.
A descoberta do significado dessas imagens facilita a resolução dos conflitos, promovendo uma dessensibilização dos fatores causadores do medo e da angústia. É importante lembrar que esta compreensão não deve ser apenas racional, mas sim vivencial.
A simples eliminação dos sintomas através da medicação pode significar a perda de uma oportunidade para a reformulação de uma vida, ou aspectos dela, que pode se encontrar estagnada e exigindo reformulações.
Frente a um paciente de pânico ou com medo de voltar a sofrer nova crise, temos a prescrição de perguntar e estimulá-lo a se questionar acerca do como, do porquê e quais as causas que o levaram a se encontrar nesse estado.

A compreensão do mito de Pã, nos ajuda a entender quais caminhos investigativos que o terapeuta junto ao seu paciente deve tomar.
Pã em grego significa “tudo”, representa a natureza, o grande todo, ao qual tudo se subordina. Sua origem é de Arcádia, região montanhosa, povoada de pastores e rebanhos. Arcádia é um lugar físico e psíquico, pois representa “as cavernas escuras”, isto é, o inconsciente, o lugar onde Pã habita. Pã é metade homem e metade animal (instinto).
Sua figura mobiliza vários arquétipos pois, sua representação simbólica é rica e abrangente. Vejamos alguns exemplos destas manifestações:
Os chifres: ligados ao arquétipo do pai. Representam força, poder, agressividade masculina e coragem.
As patas e os cascos: estão ligados ao arquétipo mãe. Representam a natureza, a vida, a proteção, a nutrição e o conforto.
Mobiliza também o arquétipo da sombra: lugar no qual, tudo que é oculto e reprimido como a natureza (instinto) e o corpo (vergonha do próprio corpo, dos impulsos sexuais, as inibições, os bloqueios) encontram guarida no inconsciente.
Aliciam os arquétipos estruturantes do animus e da anima: para a integração dos aspectos masculinos e femininos não identificados ou ainda não desenvolvidos adequadamente no indivíduo.
Clama pelo arquétipo da criança: Pã foi abandonado quando do seu nascimento. Através do espelhamento podemos fazer uma leitura simbólica ou mesmo concreta de nós, de nossa criança abandonada.
E por último, podemos mobilizar o arquétipo da persona: no enraizamento de uma persona, quando o centro se desvia para esse arquétipo, há o desacordo com a essência do indivíduo. Pã e a ninfa Eco, evocam juntos a paralização se comunicando. E também a reflexão para que haja um redirecionamento de vida. Pã fez a comunicação (através do pânico), e nos resta fazer a reflexão.
Com a morte de Pã e o advento do cristianismo como nos conta Plutarco, o filósofo grego, ele não morreu, mas volta ao inconsciente. Quando há a associação de Pã (a natureza) e o Diabo (o mal) ele perde seu aspecto positivo. E a natureza é privada de sua voz criativa.
Marque uma consulta, terei o maior prazer em ouví-lo (a) e esclarecer as dúvidas pertinentes ao seu processo de cura terapeutica.
Você pode achar interessante outras informações sobre:
MSc. Estela Noronha
Psicóloga Clínica
CRP: 06/52562-9