Transtorno Obsessivo-Compulsivo: o que é. - Estela Psicóloga

Especialista em Terapia Comportamental e Cognitiva (USP-HU)

Especialista em Terapia de Casal e Família (Teoria Junguiana)

Especialista em Teoria Junguiana (Instituto Sedes Sapientiae - SP

Mestre Pela PUC-SP

Especialista em Constelações Familiares e Soluções Sistemicas (Instituto KOZINER - SP)
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Psico. Estela - Psicóloga Clínica - Mestre/PUC-SP
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Transtorno Obsessivo-Compulsivo: o que é.


O que é o Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC).

 
Como introdução ao assunto (Transtorno Obsessivo – Compulsivo), trago a observação inicial que o TOC tem conceituação específica e objetiva. No entanto, a aplicabilidade desses conceitos na lida prática dos consultórios exige ainda, uma grande subjetividade interpretativa. Isto porque, o diagnóstico obedece aos critérios do julgamento pessoal do médico ou psicólogo, e porque as ideias acerca deste mal estão em constantes mudanças. As ferramentas científicas e tecnológicas contemporâneas dos campos de investigação da engenharia genética e das neurociências, agregam novas possibilidades para o entendimento desta doença, à luz da fenomenologia médico-psicológica. Assim sendo, as minhas anotações sobre o transtorno têm como principal característica a obsessão e a compulsividade, tendo em vista os ditames mais clássicos e usuais acerca deste mal.

  • O que entendemos por obsessão: obsessões são ocorrências de ordens mentais. Essas ocorrências podem ser pensamentos, ideias, imagens e impulsos e que se percebe intrusivos e incômodos. Como resultantes mentais, as obsessões podem ser criadas a partir de qualquer “imput” mental, sejam eles: imagens, palavras, preocupações, músicas, lembranças, situação ou acontecimento, por exemplos. Necessita-se de muito cuidado para lidar com este conceito.

Próximo a ele, existe outro que poderá trazer confusões ao leigo. Trata-se de uma semelhança (ou proximidade). Semelhanças essas entre as chamadas obsessões e ideias prevalentes e que por vezes, pode ser muito grande.
As ideias obsessivas têm uma característica própria: são reconhecidas pelo sujeito como sendo dele, porém absurdas ou, no mínimo, exageradas e são refutadas ao máximo por ele. Já a ideia prevalente ou delirante faz parte do sujeito que a tem.

  • Quanto à compulsividade ou compulsão: é definida como comportamento ou atos mentais repetitivos, realizados para diminuir a ansiedade ou incomodo causadas pelas obsessões por medo e para evitar que um (ou mais) determinado (s) evento (s) aconteça (m).

A ocorrência é verificada em qualquer dos gêneros, com alguma prevalência ao gênero masculino, principalmente em se tratando de TOC infantil/juvenil. Em termos macro- estatísticos, o transtorno afeta 2,5 % da população do Brasil (segundo fontes ligadas à Universidades e centros de pesquisas no nosso país), tornando-se assim um mal relativamente comum, mas com grandes variações de intensidades.

Segundo a Organização Mundial da Saúde, o TOC é o quinto transtorno psiquiátrico mais frequente considerado o roll de doenças ou transtornos psíquicos, precedido apenas pela depressão, ansiedade generalizada, fobia social e abuso de substâncias.

As sintomatologias do TOC também podem aparecer depois de traumatismos craniencefálicos, derrames ou acidentes vasculares cerebrais em certas regiões do cérebro. Comprometimentos neurológicos também foram descritos e associados por encefalites, doença de Parkinson, entre outros. É comum ainda a associação de TOC com tiques e a Síndrome de Tourette.

Exemplo de TOC
Tipos de mais frequentes de obsessões e compulsões:
  • de contaminação,
  • de medo de ferir-se ou de ferir os outros,
  • de repugnância: agressões, sexuais e de religiosidade,
  • de rezar, falar sozinho (a),
  • alimentar,
  • de lavagem ou limpeza,
  • armazenar, guardar ou acumular objetos inúteis,
  • por ordem, simetria ou repetição,
  • por dúvidas e questionamentos em excesso,
Toc- Limpeza
  • checagem e/ou verificação,
  • rituais de tocar em objetos ou pessoas.

O diagnóstico do TOC:

O diagnóstico do TOC, atualmente é clínico. Não existe nenhum exame médico laboratorial ou radiológico que ajudem na formulação exata do diagnóstico da doença.

  • Características do diagnóstico: para o diagnóstico do TOC é necessário que as obsessões e/ou as compulsões causem interferência ou limitação nas atividades do indivíduo, que consumam tempo e que causem sofrimento ou incômodo ao paciente ou a seus familiares. Percebida pelo médico (a) ou psicólogo (a) tais limitações ou sofrimentos, adota-se a terapêutica indicada (recomendada).
Compulsividade
Cuidados especiais:
Precisam ser consideradas, outras possibilidades de transtornos psíquicos no decorrer da elaboração do diagnóstico do TOC, como por exemplo o próprio quadro de TAG (transtorno de ansiedade generalizada), Pânico e até mesmo de Fobias Específicas.

Terapêutica para o TOC.
 
Dada a complexidade do transtorno, a terapia indicada e recomendada aponta para uma solução de dupla categorização de recursos, sendo eles complementares entre si. Os tratamentos para o TOC com maiores chances de eficácia (resultados finais efetivos), são os medicamentosos e psicoterapêuticos concomitantemente.
 
Pelo viés medicamentoso, a medicina recomenda o uso antidepressivos e/ou ansiolíticos a serem prescritos suas doses, conforme as necessidades e possíveis evoluções do transtornado, com todas as benesses e os problemas que os fármacos de uso psicotrópico apresentam.
 
A psicologia, pelo seu lado, tem como ferramental técnico disponível, (com importância relativa igualada à medicina), as diversas técnicas de terapia comportamental cognitiva (TCC). Essas técnicas poderão incluir entre outros recursos, exercícios de exposição e abstenção de executar rituais (prevenção da resposta), entre outros – porém sem contraindicações.
 
A psicoterapia comportamental – cognitiva alcança uma eficiência significativa podendo reduzir os sintomas em até 70% dos pacientes, e em aproximadamente 30 % deles pode eliminar por completo os sintomas. Ela é bastante efetiva especialmente quando predominam rituais, por exemplo. A terapia comportamental contribuirá para a melhora do quadro geral de TOC se não houverem, porém, outras desordens psiquiátricas a serem tratadas. O maior problema, no entanto, se verifica com o desconhecimento dos agentes de saúde e da classe médica em geral, da eficácia e das grandes possibilidades do tratamento do TOC pela TCC  

Exemplo de terapia para o TOC: exposição e prevenção de rituais (EPR).
 
A terapia de EPR é uma terapia breve que propõe ao paciente, exercícios graduais nos quais se exponha ao contato direto com os objetos, locais ou situações que provocam medo ou desconforto e que são sistematicamente evitados (exposição) e ao mesmo tempo deixe de executar rituais e outras manobras que aliviam ou neutralizam a ansiedade ou o desconforto (prevenção de rituais ou prevenção de resposta). Os exercícios são programados a partir dos sintomas que o paciente apresenta e de acordo com os níveis de dificuldade que tem para executá-los, iniciando sempre por aqueles que ele mesmo considera mais fáceis. Por exemplo: se o paciente necessita verificar o gás e o fogão várias vezes antes de deitar será solicitado que não o faça; ou se o paciente necessita lavar as mãos a todo o momento, será solicitado que se abstenha de fazê-lo; ou ainda se evita sentar no sofá quando chega da rua, ou tocar em maçanetas, dinheiro, objetos usados por outras pessoas (telefone público, mouse, teclado), será solicitado que o faça.

A terapia de exposição e prevenção de rituais é efetiva principalmente quando existem muitos rituais (lavagens, verificações) e quando o paciente adere precocemente aos exercícios de casa.
 
A TCC requer um terapeuta treinado nessa modalidade de terapia e com experiência em tratar pacientes com TOC. O paciente deve efetivamente se envolver nos exercícios, que devem ser frequentes e durar idealmente até a ansiedade desaparecer. As dificuldades maiores devem-se ao fato de existirem poucos terapeutas com experiência na sua utilização, à pouca adesão aos exercícios por parte de aproximadamente 30% dos pacientes, o que é comum quando os sintomas são muito graves, quando o paciente não está motivado para o tratamento ou não se dá conta de que tem TOC. A terapia também pode ser pouco efetiva quando existem outros transtornos psiquiátricos associados (depressão grave, transtorno bipolar, déficit de atenção, dependência química).

Como é a terapia cognitivo-comportamental do TOC na prática:
 
As primeiras sessões da TCC são destinadas à psicoeducação do paciente sobre o TOC e a TCC. Ele aprende inicialmente o que é o TOC e a identificar suas obsessões, compulsões, evitações, compulsões mentais, neutralizações e os pensamentos catastróficos subjacentes a esses sintomas. A seguir elabora uma lista o mais completa possível dos seus sintomas que são classificados de acordo com a gravidade. Com o auxílio do terapeuta, são combinados os exercícios graduais de exposição e prevenção de rituais para serem feitos em casa e/ou no intervalo entre as sessões. Também são feitos exercícios de correção dos pensamentos e crenças erradas que são acrescentados às tarefas de casa. A cada sessão os exercícios são revisados, incluídos novos, até que toda a lista seja eliminada.
 
As sessões em geral são semanais em ambulatório ou consultório, mas podem também ser em grupo ou ainda em ambiente hospitalar. Quando os sintomas são leves ou moderados e não existem co-morbidades associadas, a TCC costuma ser breve. A TCC parece ser eficaz mesmo em pacientes que não respondem ou respondem parcialmente ao tratamento com psicofármacos. Após o término da terapia é comum se combinar algumas entrevistas de reforço.

Marque uma consulta, terei o maior prazer em ouví-lo (a) e esclarecer as dúvidas pertinentes ao seu processo de cura terapeutica.


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MSc. Estela Noronha
Psicóloga Clínica
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